Quem me conhece sabe que não morro de amores pelo futebol. Na verdade, é mais do que isso: tenho-lhe um 'ódiozinho de estimação'. E não é apenas pelo efeito estupidificante e alienante que ele exerce sobre as pessoas (conhecidas como 'adeptos' ou 'fãs') - basta lembrar que é o tema preferido de muitos homens (maioritariamente), que lhe dedicam horas de conversas empolgadas (e banais). O mesmo acontece nas TVs, onde ocupa tempos infindos de programação, inclusive nos serviços noticiosos, em detrimento de qualquer outro desporto e sem que ninguém se pareça incomodar ou questionar (ver p.ex. aqui ou aqui). A outra razão da minha rejeição do futebol tem a ver com a máquina de fazer dinheiro em que se tornou e que o converteu num antro de corrupção e de tráfico de influências, devido às inegáveis promiscuidades com o mundo da política (ver p.ex. aqui ou aqui). Basta lembrar o recente escândalo que ficou conhecido por 'Football Leaks' (ver aqui ou aqui).
Vem isto a propósito das notícias recentes nos media nacionais e internacionais sobre o regresso do futebol, que também tinha ficado suspenso em consequência da pandemia da Covid-19 (ver p.ex. aqui ou aqui). Na verdade, para além da 'reabertura da economia', o governo já vinha anunciando que iria autorizar a retoma do "desporto-rei" (ver aqui ou aqui). Só que os adeptos terão de permanecer em casa, não podendo rumar aos estádios, e a realização dos jogos, mesmo sem público, terá de respeitar diversas medidas sanitárias - também aqui se fala de uma "nova normalidade" (ver p.ex. aqui). Mesmo assim, as perspectivas de "matar a fome de bola" (expressão usada pela directora executiva da FPF, segundo esta breve notícia) estão mais próximas de se tornar realidade. E como não há fome que não dê em fartura, prometem jogos todos os dias da semana para saciar os adeptos mais desnutridos, muitos dos quais já deviam estar a sofrer de síndrome de abstinência. Como escreveu José Pacheco Pereira num artigo de opinião no Público em 2018: "Há muitas coisas que ajudam a estupidificar o país. Mas, nos dias de hoje, a mais eficaz é o futebol. (…) O futebol é a coisa mais parecida com a máfia que existe em Portugal — ou melhor, é a nossa máfia lusitana. Eles produzem a cocaína, muitas vezes em sentido literal, mas a rede de distribuição é a comunicação social. (…) O futebol é um estimulante, com efeitos anestésicos, utilizado fundamentalmente como uma droga recreativa, muito útil quando há pouco pão, para que haja muito circo." Na situação actual, é também um pretexto para esquecer as amarguras do coronavírus, pelo menos durante duas horas, como defende um futebolista galego do Real Madrid (ver aqui).
Sempre achei que uma das principais virtudes da alegada pandemia era precisamente o verdadeiro corte epistemológico, a machadada benéfica de obrigar os tugas a parar de discutir bola em todos os cafés, esplanadas, lares, estações de Tv, jornais, etc. Naturalmente que como verdadeiros adictos da droga, os tugas já andavam a cair em stress pós-traumática devido à carência do Shit quelhes entrava pelas goelas adentro todos os dias, a todas as horas e em quase todos os cais, em doses super-cavalares. Compreendendo o governo o enorme perigo que seria deixar o vulgo ignaro sem circo e quase sem pão, então vá de servir as doses do produto, para manter as massas anestesiadas, alienadas, submissas e até complacentes com a ordem estabelecida. Mas e a recessão, o 5G, a Nova Ordem, A esquadra da NATO,a anexação da margem ocidental os refugiados...??? Ora, isso depois logo se vê.
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