quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Como reagir perante a emergência ecológica?

Esta é uma pergunta que muitas pessoas têm vindo a fazer nos últimos tempos perante as catástrofes ecológicas que enfrentamos e que vão da crise climática aos incêndios devastadores na Amazónia. E as respostas têm sido muito variadas: desde a apatia ou a impotência (o mal está feito e não há possibilidade de o reverter), à dor e à angústia (que não deixam grande espaço para pensar ou agir), ao cinismo e à negação (daqueles que, com medo de perderem o muito ou pouco que têm, preferem atacar ou ridicularizar os mensageiros), ou à coragem e determinação (daqueles que não aceitam as alegadas inevitabilidades e preferem agir ou reagir a ficar paralisados ou derrotados). As declarações da jovem activista Greta Thunberg têm sido alvo de grande projecção mediática internacional e têm motivado, quer reacções de entusiasmo e de louvor, quer reacções de rejeição e de ódio:
https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/aug/19/greta-thunberg-attackers-climate-crisis-activist
https://countercurrents.org/2019/09/maxime-bernier-attacked-greta-thunbergs-autism-naomi-klein-says-autism-made-the-teen-a-global-voice-of-conscience
https://countercurrents.org/2019/09/the-courage-of-saying-no-children-rebellion-and-greta-thunberg
https://vancouversun.com/opinion/columnists/uns-fat-cat-hypocrites-praise-greta-thunberg/wcm/e677514d-d48f-464b-9bf8-b9e4d9e969b3
https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/sep/30/greta-thunberg-enemies-inaction-climate-crisis
Também os acontecimentos recentes na Amazónia têm gerado grande consternação e acesas discussões, assim como declarações desvairadas ou abjectas, como as recentemente proferidas pelo demente líder brasileiro nas Nações Unidas:

Para reflexão, deixo apenas dois vídeos: um deles de uma entrevista ao realizador Michael Moore e à jovem Greta num canal de TV escandinavo (SVT/TV 2/Skavlan):
https://www.youtube.com/watch?v=NDDDJrxuVYk (15')
(é possível activar legendas em EN e tradução automática para PT)
e o outro com o depoimento do autor/pensador norte-americano Charles Eisenstein* sobre a Amazónia, que me deixou particularmente sensibilizado:
https://www.youtube.com/watch?v=2mNboLb2Suc (13'30)
(é possível activar legendas em ES ou EN e tradução automática para PT)
Neste último vídeo, chamo a atenção em particular para o trecho a partir do segundo minuto e até ao sexto, em que o autor explica porque razão ele acha que se deve evitar cair na armadilha de focar as energias na luta contra um inimigo identificado, mas que não vai resolver os problemas de fundo que fizeram surgir esse inimigo. Propõe em alternativa acções que promovam mudanças nos níveis de consciência e de compreensão sobre a realidade ou acções de regeneração ecológica ou social, que convocam a salvaguarda de um planeta vivo (e dos seus ecossistemas) como o bem mais precioso. Eisenstein defende que apenas uma mudança radical de mentalidade e de sensibilidade (integrando mente e coração) em relação à restante vida no planeta e em relação aos outros pode mudar as narrativas e práticas ecocidas, injustas e insustentáveis que dominam o mundo. Só assim será possível alimentar a confiança e a esperança como antídotos contra o medo, o desespero e a angústia. Na mesma linha encontram-se as propostas do colectivo 'Sacred Mountain Sangha' e da activista Isabel Correia:
http://sacredmountainsangha.org/climate-emergency/ (versão PT)
https://far-educa.blogspot.com/2019/09/act-now-o-que-podes-fazer-ja.html

* autor de livros como 'Sacred Economics' ou 'Climate - A new story': https://charleseisenstein.org/about/

Sem comentários:

Enviar um comentário